2009-07-08

[O nosso momento] ou [memórias de ti] ou ainda [ 8 de Julho ]

e tu aprendias que tinhas nascido, que respiravas, que te movias, que te sentias.
e não querias mais nada senão aninhar-te em mim, e eu agradecia-te alongando os meus braços
sobre o teu tronco, abrindo o coração para que nele adormecesses, e elevando
levemente os lábios para que o meu sorriso se juntasse ao teu sorriso.
e sempre que os nossos cheiros nos despertavam os corpos não desperdiçávamos
o momento e eu possuía-te como nunca fui possuído.

como nunca: nem por ti.

e este não é o nosso choro: esta lágrima é a nossa forma de transbordar


(para a minha Rosalina, editado a primeira vez nas Palavras da Tribo, em 2004)
.

3 comentários:

pecado original disse...

Até doi ler assim.

Nuno Miguel disse...

Absolutamente fantástico!
Maravilhoso sentido poético. Adorei!

Lídia disse...

escusava de saber isto.
oh pai...

tão lindo!