2009-01-10

Some words about Sandinista and Me


Na altura que os Clash lançaram o Sandinista - 1980 - o meu pai tinha-se deslocado a Londres em trabalho. Veio de lá com este álbum debaixo do braço e contou algo como isto:
- Fui à procura de algo para te trazer e vi uma data de gente com o teu aspecto a sair da loja com este disco debaixo do braço. É um triplo álbum, mas o preço foi normal. Arrisquei. Gostas?
Andei uns dias todo contente da vida. O meu pai, que falhava sempre de uma forma estrondosa na compra de todos os presentes que me trazia "do estrangeiro" desta vez não só tinha acertado, como tinha acertado "exactamente na mouche". Bolas, eu estava a ouvir o último álbum dos Clash antes de passar pelo Luis Filipe de Barros no Rock & Stock!

O mais engraçado ainda foi umas semanas depois. A Eunice (que passado 5 anos veio a ser a minha sogra) esteve em Paris por uma temporada, e adivinhem lá que presente é que ela me trouxe? Quando eu tinha 14 anos a mãe da minha namorada conhecia melhor os meus gostos que o meu paizinho, e quando mo deu sabia exactamente que aquele presente era para mim algo de especial. Acabou por ser a minha namorada a ficar com o álbum, mas nunca mais esqueci este presente.

Desse tempo, recordo que tinha a mania de fazer umas flores com a prata dos SG filtro. Não sei mais fazer as flores, mas sempre que me recordo das flores de prata recordo-me do Call Up:

There is a rose that I want to live for
Although, God knows, I may not have met her
There is a dance and I should be with her
There is a town - unlike any other

Os Clash são mesmo o meu "repeat da Radar". Mil novecentos e oitenta. Caraças. Caraças.

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